Imaginem a situação: seu chefe elogia seu desempenho dos últimos tempos e, como recompensa pelo esforço, você recebe um aumento salarial de 30%.
Feliz da vida, sua mente é invadida por compras que queria fazer (roupas, acessório da moda, celular de última geração, carro zero), mas não tinha dinheiro. Também quer comemorar a conquista com amigos e familiares naquele restaurante famosíssimo. Afinal, você vai ganhar mais e merece uma vida melhor. Mais ainda – esses custos agora cabem no bolso!
Tempos depois, a roupa saiu de moda, o celular ficou obsoleto. A empolgação do “novo” foi embora, deixando parcelas por pagar. E se o pneu do carro fura? “Quem dera se eu ganhasse mais” é o pensamento que surge quando você encara a dívida com o gasto surpresa.
Conhece alguém que passou por essa situação? É a conhecida “Inflação de Estilo de Vida”. Esse termo difícil significaOu seja, é o aumento do custo de vida pelas decisões pessoais sobre como utilizar uma renda extra (aumento, bônus, participação nos lucros, herança). Tais decisões podem ser inconscientes e levar ao mau uso dessa grana ou, pior, ao endividamento.
Claro que consumir traz prazer. Só que esse bem-estar pode durar pouco. Nossa cabeça se adapta rapidamente ao novo padrão e enjoamos fácil da coisa recém-adquirida. Daí, começamos a busca pela próxima compra, em um ciclo incessante, sem ficarmos realmente satisfeitos com o que temos. Ou seja, muitas vezes comprar não nos faz felizes.
Como podemos fugir disso?
1. Não se endivide porque a parcela “cabe no bolso”. A novidade pode ter custos escondidos. Um carro melhor, por exemplo, pode gerar mais despesa com manutenção, IPVA, seguro... Leve todos os custos em consideração antes de se dedidir. Sem falar dos juros altos do financiamento - programe-se para pagar uma parcela menor ou, melhor ainda, comprar à vista!
2. Não se compare com os outros. Tenha seus próprios objetivos e não se intimide em investir pesado neles. Consumir para agradar os outros quase sempre prejudica a sua felicidade. Invista no que te importa de verdade!
3. Conheça sua vida financeira. Faça um orçamento. Saiba de onde vem e para onde vai sua grana, trace metas e as siga – assim você coloca seu dinheiro efetivamente em função do que é importante para você!
Com essa grana extra, você pode fazer muitas coisas: realizar um sonho (viagem, uma grande compra à vista, planejar a independência financeira); fazer uma reserva de emergência para imprevistos (desemprego, carro quebrado, reforma inesperada); ou ainda fazer um plano agressivo para quitar dívidas e parar de pagar juros caríssimos para o banco!
Que tal você fazer diferente e usar a renda extra para melhorar sua vida financeira?
Alexi Atchabahian, voluntário do Bem Gasto.
linkedin.com/in/alexiatchabahian
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