Por Gabriela Mosmann, da Suno Research
Mudar hábitos e rever conceitos são algumas das questões tratadas na reeducação financeira. No entanto, para conseguir mudar o conceito de dinheiro é preciso bastante força de vontade e disciplina nas finanças pessoais. Quanto antes as pessoas se reeduquem financeiramente, melhor será para o futuro delas.
O que é a Reeducação Financeira?
Em linhas gerais podemos dizer que a reeducação financeira se trata de uma mudança de hábitos cuja finalidade é garantir mais tranquilidade na vida das pessoas. Desse modo, o seu conceito consiste em mudar hábitos e rever atitudes que podem estar prejudicando o orçamento doméstico.
A Educação financeira há bem pouco tempo atrás quase não era conhecida no Brasil. O brasileiro é um povo normalmente imediatista. E por essa razão acaba cometendo alguns equívocos no cotidiano que o fazem se endividar.
Mudar hábitos é um dos primeiros objetivos que uma pessoa precisa ter para se reeducar financeiramente. Afinal, são nos hábitos que acabam mostrando qual o nosso conceito de riqueza e a maneira como lidamos com o dinheiro.
1º passo: Rever os hábitos de consumo
O primeiro passo para se começar a mudar educação financeira pessoal é rever os hábitos de consumo. Avaliar como são feitas as compras do mês, a entrada demasiada em prestações, entre outros.
Normalmente as compras por impulso são as mais prejudiciais no orçamento doméstico. Pois, na maioria dos casos, são produtos que não fariam falta e que talvez pouco usados no dia a dia.
Procurar melhorar a inteligência emocional como a impulsividade e a ansiedade ajudam a evitar a compra por consumo.
2º passo: Mudar o conceito sobre o dinheiro
Mudar o conceito sobre o dinheiro é fundamental para a educação financeira de pessoas endividadas. Pois, na maioria dos casos, eles acabam possuindo uma visão errônea do dinheiro.
É comum que as pessoas mais endividadas vejam o dinheiro como algo ruim. Isso está no subconsciente delas. E por essa razão, quando o dinheiro chega até elas, fazem de tudo para livrar-se dele.
É preciso, portanto, mudar esse conceito de riqueza. É essencial entender que a riqueza não é um mal. Que ter dinheiro não é um problema. Dessa maneira, procurando mudar a nossa forma de ver o dinheiro ajudará a atraí-lo e retê-lo em nossa vida.
3º passo: Evite as prestações, os juros e as multas
O terceiro passo para uma mudança nas finanças pessoais é evitar as prestações. Pois, toda compra a prazo tem sempre um preço final maior do que uma compra à vista.
Financiar um carro por exemplo pode fazer a pessoa pagar quase o dobro do valor do produto em cinco anos. Dessa forma, se o dinheiro for juntado em uma aplicação, um carro que demoraria 5 anos para ser quitado demora 2 anos para ser adquirido.
E sendo assim, sobrará 3 anos para se juntar o valor que iria ser pago da prestação. O mesmo vale para os produtos do lar como eletrodomésticos ou até mesmo viagens. Evitar o pagamento de juros ajuda bastante a melhorar o orçamento doméstico.
4º passo: Criar hábitos de controlar as receitas e despesas
O controle financeiro pessoal é fundamental para melhorar o orçamento. Sendo assim, criar uma planilha em Excel computando todas as entradas e saídas do mês também ajudará bastante nas finanças pessoais.
O controle consiste em colocar todas as receitas obtidas classificando-as como fixas e variáveis, bem como lançar as despesas também classificando-as como fixas e variáveis.
Isso facilitará o entendimento sobre onde nosso dinheiro está indo parar. Fica mais fácil, portanto, identificar as compras equivocadas do mês e cortá-las do orçamento. Sem um controle financeiro dificilmente iremos conseguir nossa tão sonhada liberdade.
5º passo: Faça um planejamento com metas e objetivos
O quinto passo para a educação financeira consiste em adotar o hábito de planejamento. Ou seja, quando se quer algo é preciso planejar antes. Sendo assim, a troca de um veículo não acontecerá de forma precipitada. Ela será planejada para se evitar o pagamento dos juros.
O mesmo ocorre para a troca da casa, de um eletrodoméstico ou para fazer uma viagem internacional. O princípio consiste em criar metas e objetivos. Ou seja, saber que você está guardando o dinheiro para uma finalidade específico. Nesse caso é interessante aprender como começar a investir.
Gabriela Mosmann é analista de investimentos na Suno Research. É economista, mestre e doutoranda em Finanças pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Possui também certificação CNPI.
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