Esse texto é uma homenagem a todos os pais e também a todos que são pais de coração: avôs, tios, irmãos e também para todas as mães que cumprem esse papel.
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Fui uma criança que gostava muita da Barbie e como toda boa fã da boneca, logicamente eu também queria a casa da Barbie, que há uns 20 e poucos anos custava aproximadamente R$ 400,00 (se já é caro hoje, imaginem para o salário da época).
Graças a Deus, na minha casa nunca faltou o básico, mas para mim faltava o quê? A bendita da casa da Barbie. Eu até montava a minha própria casa empilhando duas banquetas quadradas de madeira que havia em casa (quem foi criança na década de 90 talvez se lembre desses móveis) mas obviamente não era a mesma coisa.
Nessa mesma época, eu sonhava em ser a “mulher do tempo” e sempre assistia o jornal à noite com o meu pai, ele chegava do trabalho por volta das 7,8 da noite e ia assistir ao jornal e eu, criança curiosa, ficava lá com ele.
Ah, meu pai trabalhava em um banco...
Eis que em um belo dia, um jornalista anunciou que um banqueiro possuía um patrimônio de milhões, bilhões... algo parecido com isso. Foi aí que a minha cabecinha de criança não entendeu nada...
“Meu Deus, meu pai tem todo esse dinheiro no banco? Minha família é milionária e eu não sabia? Poxa vida, agora que eu sei disso já sei que meu pai pode comprar a casa da Barbie, posso inclusive pintar toda a nossa casa de cor-de-rosa! Vou poder nadar no cofre igual ao tio Patinhas, que massa!”.
Foram segundos de pura alegria até eu questionar o meu pai:
- Pai, a gente tem todo esse dinheiro no banco?
- Não filha, não temos.
- Ué, mas você não trabalha no banco?
- Sim, mas sou bancário.
- E não é a mesma coisa?
- Não minha querida, não é. Eu sou bancário, quem tem todo esse dinheiro é o dono do banco.
Desse dia em diante eu nunca mais confundi o significado dessas duas palavrinhas. Os anos se passaram e eu nunca ganhei a casa da Barbie... O meu pai pôde nunca ter me dado esse brinquedo tão desejado, mas ele sempre me proporcionou momentos valiosos de carinho, amor, convivência, companheirismo, respeito, me ensinou a andar de bicicleta, a dirigir e muitas outras coisas...
A mensagem que nós do Bem Gasto queremos passar para você que é pai é para você não se preocupar com o CUSTO dos presentes que você dá ao seu filho, mas sim para você VALORIZAR os momentos, esses sim são eternos e não há dinheiro algum que pague.
Sabemos que com o atual cenário econômico não está fácil satisfazer todos os desejos dos filhos (e os nossos), mas não se sintam impotentes por isso, saibam que o seu afeto jamais será substituído por um simples brinquedo. Eu amo muito o meu pai e tenho o maior respeito por ele e sou imensamente grata por todos os momentos que ele me proporcionou e me proporciona até hoje. Isso é o mais importante!
Sinta-se importante, querido e amado. Você é um herói para o seu filho (a).Um excelente dia dos pais!
Juliana Bononi Freitas, professora do Bem Gasto desde 2017.
Formada em Administração, pós-graduada em Gestão Financeira e Mercado de Capitais. Atuou durante 7 anos em tesouraria de multinacionais e atualmente trabalha na Startup Cashfly, que tem como foco a educação financeira.
Parabéns ! Adorei o texto!