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Vamos falar sobre dinheiro?

O jeito de lidar com o dinheiro é um valor que aprendemos em nosso lar e isso reflete em todas as nossas decisões de consumo.


Pais que reclamam que filhos gastam muito geralmente não os educaram financeiramente. Infelizmente, muitos brasileiros não controlam suas finanças; pior: tem quem gaste além do que ganha - você provavelmente conhece pessoas que se endividaram e só perceberam sua situação quando já estavam atoladas em dívidas. Isso ocorre pela falta de diálogo e interesse sobre como lidar com o dinheiro.


Metade da população brasileira encontram-se endividada atualmente. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), em janeiro de 2019 o percentual de famílias endividadas chegava a 49,9%. A maior parte dessa dívida se dá por conta do mau uso do cartão de crédito.


Os jovens somam grande parte dos inadimplentes no país. Pessoas com idade entre 18 a 26 anos enxergam nas ofertas de crédito uma saída para o consumo imediato e agem impulsivamente sem levar em consideração se seu saldo já está no limite.


Essa situação se agrava entre os idosos, pois a maior parte da população não se programa para a aposentadoria e, quando chegam na velhice, precisam sobreviver apenas com o valor disponibilizado pelo governo, que na maioria das vezes é inferior ao suas despesas, tendo que continuar trabalhando para complementar sua renda. Isso acontece, primeiramente, devido à falta de consciência financeira, em seguida está o excesso de propaganda sobre produtos e serviços e por último está a oferta de crédito fácil.


Por isso é de extrema importância conversar sobre uso do dinheiro, saber utilizar as ferramentas de crédito de forma correta e consciente, pois elas são excelentes aliadas quando bem empregadas.


Precisamos mudar nossos hábitos de consumo imediatista, é necessário pensar a médio e longo prazos porque o que pode satisfazer agora, pode causar um enorme transtorno no futuro.


Por isso é sempre válido utilizar a velha técnica do “eu preciso ou quero isso?”, mas como nos sabotamos ao responder essa pergunta, crie o hábito de comprar no dia seguinte, pois ao sair de perto do objeto de desejo, você pensará com mais clareza e deixará a emoção de lado. Além disso, procure se educar financeiramente, existem diversos artigos, livros e vídeos falando sobre o tema, só assim criaremos a consciência de ter uma vida financeira equilibrada.



Aline Felix Trolese é voluntária da Bem Gasto

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