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Blog Bem Gasto

Você também está na montanha russa do dólar, sabia?

É muito comum nos depararmos com a cotação do dólar, seja nos telejornais, sites de notícias ou até mesmo vindo de algum amigo e sempre de imediato associamos a cotação a viagens de turismo.


Logo, se eu não tenho planos de viagem ao exterior esse sobe e desce da moeda não me afeta, correto?


Errado.


No mundo globalizado é muito comum e saudável que ocorram comercialização de produtos entre países - é o que chamamos de importação, quando compramos algo fora do Brasil; e exportação, quando vendemos para fora do Brasil. Todas essas transações utilizam o dólar como moeda corrente. Ou seja, quanto mais alto o dólar, mais caro pagamos pelo produto que trazemos de fora. Em contrapartida, mais recebemos ao vender produtos para outros países.


Toda essa dinâmica de sobe e desce da moeda acaba afetando o nosso bolso muito além das nas viagens ao exterior ou compras realizadas em sites internacionais. Isso porque muitos dos produtos que adquirimos aqui mesmo dentro do país são usam matérias-primas importadas.


Se você acha que produto importado é coisa de rico, olhe só alguns produtos que são impactados com a oscilação da moeda americana.



Alimentos

Para se ter uma ideia, praticamente metade do trigo consumido no Brasil é importado, mais especificamente da Argentina. Como esse cereal é uma commodity (matéria-prima), seu valor é cotado em dólar. Isso significa que fica mais caro comprar trigo em momentos de alta da moeda americana e, consequentemente, esse aumento de preços é repassado para os seus derivados, como o tão querido pão francês, biscoitos, bolos, macarrão e a própria farinha de trigo.


Além disso, há o impacto da decisão de produtores locais que, ao ver seus lucros subindo através da exportação, priorizam suas vendas para o mercado externo, o que provoca a redução de oferta de produtos internamente. Menos oferta é igual a aumento de preços. Nesta lista podemos incluir a soja (o Brasil é o maior produtor do mundo), carne de frango, carne bovina e milho. Essas commodities estão na lista dos 10 produtos mais exportados pelo Brasil no ano de 2018.



Muito além do combustível

O petróleo encabeça a lista dos produtos mais importados pelo Brasil, segundo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.


Além do aumento de preço nos postos de abastecimento, essa alta atinge toda a cadeia de distribuição: se o preço do combustível ficou mais caro para o caminhoneiro, este aumento será repassado no valor do frete e, mais cedo ou mais tarde, chega no nosso bolso também.


Produtos Industrializados

Infelizmente o Brasil ainda é muito carente de tecnologia vinda de fora, desde componentes eletrônicos até maquinários pesados. Uma indústria que precisa importar essa tecnologia com certeza gastará mais em momento de alta da moeda. Isso pode gerar dois efeitos:


- o empresário não realiza o investimento necessário e mantém uma linha de produção quase sucateada, tornando a empresa menos competitiva. No longo prazo esse atraso tecnológico custará postos de trabalho e qualidade no serviço prestado; ou


- o empresário aceita pagar mais caro pela tecnologia e repassa os custos ao consumidor - olha o nosso bolso aí de novo!


Se você acompanha o Bem Gasto ou se interessa por educação financeira, pode estar se perguntando se este aumento generalizado de preço tem a ver com a famosa inflação.


Acertou!

S

im, a alta do dólar tem sua parcela de contribuição na alta da inflação. Por que é importante saber disso? Nós, meros mortais não temos poder para influenciar ou determinar a direção do dólar, o jeito é aceitar que dói menos.


Mas podemos reduzir o impacto desses aumentos de preço no longo prazo, aplicando em produtos financeiros atrelados a variação da inflação, por exemplo o Tesouro Direto IPCA+, pois conforme a inflação aumenta o seu rendimento aumentará também.


Outra dica é substituir produtos importados por nacionais. Faça uma pesquisa e veja quais itens podem ser trocados sem impactar sua qualidade de vida. Lembrando que o melhor investimento sempre será a Educação Financeira e é importante ser maleável nessas horas. Que tal subsituir a macarronada de domingo por uma bela feijoada, hein?



Leandro Silva

MBA em economia e setor financeiro. Acredita que finanças pessoas são um dos pilares para o bem estar da sociedade.

Voluntário da Bem Gasto

Instagram: leandrodsantoss




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